quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Hitler era Cristão?

Com vergonha do legado assassino dos regimes comunistas ateus do Século XX, os líderes ateístas buscam empatar o placar com os crentes ao retratar Adolf Hitler e seu regime nazista como sendo teístas, mais especificamente Cristãos. Os websitesMein Kampf: “Ao me defender dos Judeus, defendo o trabalho do Senhor”. Os escritor ateu Sam Harris escreve que “o Holocausto marcou o auge de … 200 anos dos Cristãos fulminando os Judeus”, ateístas rotineiramente alegam que Hitler era Cristão porque nasceu Católico, nunca renunciou ao seu Catolicismo e escreveu em portanto, “sabendo disso ou não, os nazistas eram agentes da religião”.

Quão persuasivas são essas alegações? Hitler nasceu Católico assim como Stálin nasceu na tradição da Igreja Ortodoxa Russa e Mao Tsé Tung foi criado como Budista. Esses fatos não provam nada, pois muitas pessoas rejeitam sua criação religiosa, como esses três fizeram. O historiador Allan Bullock escreve que desde cedo, Hitler “não tinha tempo algum para os ensinos do Catolicismo, considerando-o como religião adequada somente para os escravos e detestando sua ética”.

Então como nós explicamos a alegação de Hitler de que ao conduzir seu programa anti-semítico estava sendo um instrumento da providência divina? Durante sua ascensão ao poder, ele precisava do apoio do povo alemão – tanto os Católicos da Bavária quanto dos Luteranos da Prússia – e para se assegurar disso ele utilizava retórica do tipo “Estou fazendo o trabalho do Senhor”. Alegar que essa retórica faz de Hitler um Cristão é confundir oportunismo político com convicção pessoal. O próprio Hitler diz em Mein Kampf que seus pronunciamentos públicos deviam ser entendidos como propaganda, sem relação com a verdade, mas planejados para influenciar as massas.

A idéia de um Cristo ariano que usa a espada para purgar os Judeus da Terra – o que os historiadores chamam de “Cristianismo Ariano” – era obviamente um afastamento radical do entendimento Cristão tradicional e foi condenado pelo Papa Pio XI no tempo. Além do mais, o anti-semitismo de Hitler não era religioso, era racial. Os Judeus foram atacados não por causa de sua religião – aliás, muitos Judeus alemães eram completamente seculares em seus estilos de vida – mas por causa de sua identidade racial. Essa era uma designação étnica e não religiosa. O anti-semitismo de Hitler era secular.

Hitler’s Table Talk [“Conversas informais de Hitler”, um livro] uma coleção reveladora das opiniões privadas do Führer, reunida por uma assistente próxima durante os anos de guerra, mostra Hitler como sendo furiosamente anti-religioso. Ele chamava o Cristianismo de uma das maiores “calamidades” da história, e disse sobre os alemães: “Vamos ser as únicas pessoas imunizadas contra essa doença”. Ele prometeu que “por intermédio dos camponeses seremos capazes de destruir o Cristianismo”. Na verdade, ele culpava os Judeus pela invenção do Cristianismo e também condenou o Cristianismo por sua oposição à evolução.

Hitler guardava um desdém especial pelos valores Cristãos da igualdade e compaixão, os quais ele identificou com a fraqueza. Os principais conselheiros de Hitler, como Goebbels, Himmler, Heydrich e Bormann eram ateus que odiavam a religião e buscavam erradicar sua influência da Alemanha.

Em sua História em vários volumes do Terceiro Reich, o historiador Richard Evans escreve que “os nazistas consideravam as igrejas como sendo os reservatórios mais fortes da oposição ideológica aos princípios nos quais eles acreditavam”. Quando Hitler e os nazistas chegaram ao poder lançaram uma iniciativa cruel para subjugar e enfraquecer as Igrejas Cristãs na Alemanha. Evans aponta que após 1937, as políticas do governo de Hitler se tornaram progressivamente anti-religiosas.

Os nazistas pararam de celebrar o Natal, e a Juventude de Hitler recitou uma oração agradecendo ao Fuhrer, ao invés de Deus, por suas bênçãos. Aos clérigos considerados como “problemáticos” era ordenado que não pregassem, centenas deles foram aprisionados e muitos foram simplesmente assassinados. As Igrejas estavam constantemente sob a vigilância da Gestapo. Os nazistas fecharam escolas religiosas, forçaram organizações Cristãs a se dissolverem, dispensaram servidores civis praticantes do Cristianismo, confiscaram propriedade da igreja e censuraram jornais religiosos. O pobre Sam Harris não é capaz de explicar como uma ideologia que Hitler e seus associados entendiam como uma renúncia ao Cristianismo pode ser apresentada como o “auge” do Cristianismo.

Se o nazismo representava o auge de algo, era o auge do Darwinismo social do final do Século XIX e início do XX. Como documentado pelo historiador Richard Weikart, tanto Hitler quanto Himmler eram admiradores de Darwin e freqüentemente falavam do papel deles como promulgadores de uma “lei da natureza” que garantiria a “eliminação dos ineptos”. Weikart argumenta que o próprio Hitler “construiu sua própria filosofia racista baseado em grande parte nas idéias do Darwinismo social” e conclui que embora o Darwinismo não seja uma explicação intelectual “suficiente” para o nazismo, é uma condição “necessária”. Sem o Darwinismo, talvez não houvesse nazismo.

Os nazistas também se inspiraram no filósofo Friedrich Nietzsche, adaptando a filosofia ateísta dele aos seus propósitos desumanos. A visão de Nietzsche do ubermensch [super-homem] e sua elevação a uma nova ética “além do bem e do mal” foram adotadas de forma ávida pelos propagandistas nazistas. A “sede pelo poder” de Nietzsche quase se tornou um slogan de recrutamento nazista. Em nenhum momento estou sugerindo que Darwin ou Nietzsche teriam aprovado as idéias de Hitler, mas este e seus comparsas aprovavam as idéias daqueles. Sam Harris simplesmente ignora as evidências das afinidades nazistas por Darwin, Nietzsche e o ateísmo. Então que sentido tem sua alegação de que os líderes nazistas eram “sabendo disso ou não” agentes da religião? Evidentemente, nenhum sentido.

Então, à montanha de corpos que os regimes misoteístas [que odeiam Deus] de Stálin, Mao, Pol Pot e outros produziram, nós devemos adicionar os mortos do regime nazista, também misoteísta. Assim como os comunistas, os nazistas deliberadamente atacaram os crentes, pois eles queriam criar um novo homem e uma nova utopia livre das amarras da religião e moralidade tradicional. Em um artigo anterior eu perguntei qual é a contribuição do ateísmo para a civilização. Uma resposta àquela questão: genocídio.

Por: Dinesh d’Souza
Traduzido e adaptado por: Maxiliano Mendes
O artigo original pode ser acessado aqui

http://townhall.com/columnists/DineshDSouza/2007/11/05/was_hitler_a_christian

A Ciência é onipotente?



Sempre ele, William L. Craig dando aula para o ateu Dr. Peter Atkins ao ser desafiado a provar que a ciência não é onipotente

Por Maximiliano Mendes

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Caminho das Índias é marketing religioso e mostra uma realidade maqueada da Índia

Marketing religioso
No dia 19 deste mês, estréia a novela “Caminho das Índias”, da Globo. A julgar pela foto acima, em que duas atrizes do elenco oferecem velas ao deus Ganesh, num templo hindu (e elas não estão encenando), o folhetim terá mais do que os triângulos amorosos e traições de sempre. Prova disso é esta nota publicada no blog oficial da novela, em postagem do dia 13:


“No último domingo, uma atividade diferente chamava a atenção de quem aproveitava o dia ensolarado para passear pelo Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. Das 9h até às 18h, um grupo de professores da Hatha Yoga dava aulas ao ar livre para os cariocas, que não perderam tempo e aproveitaram para movimentar o corpo.


“As aulas foram parte da divulgação de Caminho das Índias, que estréia na próxima segunda-feira, dia 19. A história se passa na Índia, local onde se concentram os maiores mestres de yoga do mundo!


“Mas as aulas não aconteceram só no Rio. Em São Paulo, um espaço foi montado no Parque do Ibirapuera especialmente para as aulas, que também começaram de manhã e foram até o fim da tarde. Ao todo, foram quatro aulas, com uma hora de duração cada uma.“


Se você gostou, fique de olho em Caminho das Índias, pois você vai ver essa e muitas outras práticas características da Índia, na TV.”


Em tempo: é bom lembrar que as novelas da Globo não fazem todo esse marketing positivo quando se trata de um personagem evangélico.



A Índia que a Globo não mostra...
A emissora mostrou algumas vezes cenas com seus atores em um rio, o Rio Ganges, onde curiosamente flores boiavam (só que o rio, na verdade, é um depósito de cadáveres a céu aberto).Outras cenas mostraram os lindos lugares da Índia, o Taj Mahal, algumas fortificações, mercados públicos, uma terra bela, sem dúvida, com uma população de extremo valor e muito alegre, porém, como sempre, a realidade é maquiada pela Rede Globo.


Ainda está cedo para falar, não sabemos o desenrolar (e sinceramente não me interesso em saber) da história, mas mais uma vez a verdade, o mundo real é temperado de ilusão pela emissora que mostra uma fantasia.Alguns dados sobre a Índia real:


A Índia é o segundo país mais populoso do mundo, com mais de um bilhão de habitantes, e apesar de ser a décima segunda maior economia do planeta e a quarta maior em poder de compra e as reformas econômicas que a transformaram na segunda grande economia de mais rápido crescimento, ainda possui 25 % da população vivendo abaixo da linha da pobreza; possui mais famílias pobres do que África, Ásia e América Central juntas.


A miséria, a falta de saneamento, serviços básicos como saúde e educação tornam a Índia um dos lugares onde se pode contrastar mais claramente a miséria e a riqueza juntas, dividindo o mesmo espaço.


A riqueza e luxo de cidades como Mumbai exibem um contraste enorme entre seus edifícios suntuosos e uma periferia onde vivem milhares de pessoas sobre o encanamento que alimenta a cidade; ali crianças crescem em meio à miséria, lixo e doenças.


Mas quero salientar que a Índia não é só pobreza, miséria e dor; é um lugar belo, de um povo feliz e que, assim como todos nós, tem seu valor.


Essa Índia a Rede Globo não mostra.Quero compartilhar com você algumas imagens da Índia real que não é apresentada na novela, de pessoas que sofrem, de gente que vive na miséria. Se desejar, pode vê-las nesta galeria de fotos pública.


Por Michelson Borges

domingo, 25 de janeiro de 2009

Ateu acredita que África precisa de Deus

Antes do Natal, voltei, depois de 45 anos, para o país que na infância conhecia como Nyasaland. Hoje é Malawi, e o Times Christmas Appeal abrange uma pequena instituição de caridade que ali trabalha. A Pump Aid auxilia as comunidades rurais a instalar uma bomba simples, ajudando as pessoas a manterem poços de suas aldeias fechados e limpos. Eu fui conferir esse trabalho. Ele me inspirou, restaurou a minha fé em obras de caridade em desenvolvimento. Mas viajar pelo Malawi também renovou outra crença: aquela que tenho tentado repelir durante minha vida toda, mas não consigo evitar desde a minha infância africana. Isso confunde minhas convicções ideológicas, teimosamente se recusa a enquadrar-se em minha visão do mundo, e constrange minha fé crescente de que Deus não existe.
Agora, um ateu convicto, convenci-me da enorme contribuição dos evangelistas cristãos na África: notavelmente diferente do trabalho de ONGs, projetos governamentais e esforços humanitários internacionais. Apenas isso não é suficiente. Educação e treinamento também não são suficientes. Na África, o Cristianismo muda o coração das pessoas. Isso traz transformação espiritual. O renascimento é real. A mudança é boa.
Eu costumava evitar essa verdade ao aplaudir, como pudia, o trabalho prático das igrejas missionárias da África. É uma pena, eu diria, que a salvação é seja parte do pacote, mas cristãos negros e brancos, trabalhando na África, realmente curam os doentes, ensinam as pessoas a ler e escrever; e apenas o mais severo tipo de secularista podia ver um hospital ou escola missionária e dizer que o mundo seria melhor sem eles. Eu concordaria se a fé fosse necessária para motivar missionários a ajudar, mas o que conta é a ajuda, não a fé.
Mas isso não se ajusta aos fatos. Fé faz mais do que apoiar o missionário, é também transferida para seu rebanho. Esse é o efeito que importa e não é possível deixar de notar.
Em primeiro lugar, a observação. Tínhamos amigos que eram missionários, e como uma criança muitas vezes eu ficava muito tempo com eles. Também fiquei, sozinho com meu irmão mais novo, em uma tradicional aldeia rural Africana. Na cidade tínhamos africanos que trabalhavam para nós que foram convertidos e eram crentes fervorosos. Os cristãos eram sempre diferentes. Ao invés de assustar ou confinar seus conversos, sua fé parecia tê-los libertado e aliviado. Havia alegria, curiosidade, um comprometimento com o mundo – uma integridade em seu cuidado com os outros – que parecia estar faltando na tradicional vida africana.
Aos 24, viajando por terra por todo o continente, isso reforçou minha impressão. A partir de Argel ao Níger, Nigéria, Camarões e da República Centro-Africana, depois cortamos o Congo para Ruanda, Tanzânia e Quênia, quatro amigos de escola e eu dirigíamos nosso velho Land Rover para Nairóbi.
Dormíamos sob as estrelas, por isso era importante que ao chegarmos às mais populosas e anárquicas partes do sub-Sahara sempre encontrássemos algum lugar seguro até o anoitecer. Muitas vezes, perto de um campo missionário.
Sempre que entrávamos em um território de trabalho missionário, tínhamos que reconhecer que algo havia mudado nos rostos das pessoas com quem tínhamos contato: algo em seus olhos, a forma como se aproximavam de nós, cara a cara, sem olhar para baixo ou para longe. Eles não eram mais respeitosos com os estrangeiros, em alguns casos menos, porém mais abertos.
No Malawi foi igual. Não conheci nenhum missionário. Você não encontra missionários no saguão de hotéis caros discutindo documentos de estratégias de desenvolvimento, como ocorre com as grandes ONGs. Ao invés disso, notei que grande parte dos mais distintos membros africanos da equipe do Pump Aid (em grande parte do Zimbábue) eram, particularmente, cristãos fervorosos. "Particularmente", porque a instituição é inteiramente secular e nunca ouvi qualquer um de sua equipe mencionar a religião enquanto trabalha nas aldeias. Mas notei referências cristãs em nossas conversas. Vi que um deles estava lendo um livro devocional no carro. Outro, no domingo, saiu ao alvorecer para assistir a um culto de duas horas na igreja.
Seria difícil acreditar que a honestidade, diligência e otimismo em seu trabalho eram desligadas da fé pessoal. O trabalho era secular, mas seguramente fora afetado por aquilo que eles eram. Influenciados por uma concepção que o cristianismo tem ensinado do papel do homem no Universo.
Existe há muito tempo uma moda entre os sociólogos acadêmicos ocidentais de adequar sistemas de valor tribais dentro de uma esfera, além de críticas fundamentadas por nossa própria cultura: "deles" e, portanto, melhor para "eles"; autêntica e intrinsecamente iguais aos nossos.
Não acredito nisso. Noto que crenças tribais não são mais pacíficas que as nossas, e que suprimem a individualidade. As pessoas pensam coletivamente, em primeiro lugar em termos de comunidade, até família e tribo. Essa mentalidade rural-tradicional alimenta o conceito de “chefão” e políticas criminosas da cidade africana: o exagerado respeito pelo líder orgulhoso, e a incapacidade (literal) de compreender a idéia de oposição honesta.
Ansiedade - medo dos espíritos maus, dos antepassados, da natureza e do selvagem, de uma hierarquia tribal, de coisas corriqueiras –, agressões profundas em toda a estrutura do pensamento rural africano. Todo homem tem seu lugar e, chame-o de medo ou respeito, um grande peso esmaga o espírito de cada um, curiosidade suprimida. As pessoas não vão tomar a iniciativa, não vão tomar o controle ou carregar esse fardo sozinhas.
Como eu, alguém em cima do muro, poderia explicar? Quando o turista filosófico se move de uma visão de mundo para outra, ele encontra - no momento da passagem para o novo - que ele perdeu a linguagem para descrever a paisagem para o velho. Por exemplo: a resposta dada por Sir Edmund Hillary para a pergunta: Por que subir a montanha? "Porque ela está ali", disse ele.
Para a mentalidade rural africana, esta é uma explicação para não escalar a montanha: “Bem, está ali. Por que interferir?”
Não há nada a ser feito sobre ela, ou com ela. A explicação de Hillary (de que ninguém tinha escalado antes) seria como uma segunda razão para a passividade.
Cristianismo, a pós-Reforma e pós-Lutero, com o seu ensino de forma direta, uma ligação pessoal bilateral entre o indivíduo e Deus, sem intermédio coletivo, e insubordinado a qualquer outro ser humano, choca-se diretamente com o padrão filosófico-espiritual que acabei de descrever. Ele oferece algo para se apegar para aqueles ansiosos para libertar-se do esmagador pensamento tribal. É a razão e a forma pela qual o cristianismo liberta.
Aqueles que querem que a África se erga em meio à concorrência global do século 21 não devem se enganar que ao prover os meios materiais ou mesmo as técnicas que acompanham o que chamamos de desenvolvimento irá fazer alguma diferença. É necessário que todo o sistema de crenças seja suplantado.
E temo que tem que ser suplantado por outra crença. Removendo os missionários cristãos da equação africana pode-se levar o continente à mercê de uma fusão maligna de uma Nike, o médico mal, o celular e o facão. (Matthew Parris, Timesonline) Tradução: Thiago Juliani

sábado, 24 de janeiro de 2009

Projeto Paul Washer

Sem querer idolatrar, mas para que reflitam a respeito destas pregações. Sugiro principalmente a você que já se considera cristão.


Projeto Paul Washer


Jesus Cristo é tudo

Amando a Deus de todo o ENTENDIMENTO



No mundo evangélico hoje predomina uma nociva e demoníaca cultura anti-intelectual. A teologia é menosprezada e vista como um conhecimento inútil que só serve para atrapalhar. Frases como “Deus capacita os mais fracos” norteiam esse pensamento que é, em parte, fruto de uma visão errada do conceito bíblico de fé, e também fruto de uma confusão nas palavras de Jesus quando falou que devíamos ser como crianças, o que ele estava dizendo era que devíamos ter a fé de uma criança, mas não a mente de uma criança! C.S.Lewis disse “Deus quer que tenhamos um coração de criança, mas uma mente de adulto”. E as pessoas crêem na falácia de que qualquer ação intelectual do homem é falta de fé na ação do Deus do “impossível” e ao invés de raciocinar devemos nos ater a orar e jejuar. Ao contrário do que pensam muitos dos crentes, esse pensamento é herético e destruidor dos fundamentos da nossa fé, arrisco dizer que muito do estado caótico em que a Igreja se encontra, se deve ao fato de sermos uma geração de cristãos ignorantes e anti-intelectuais. O maior mandamento deixado por Jesus foi “amar a Deus de todo coração, alma e entendimento” (Mt 22.37), mas infelizmente a última parte do mandamento é negligenciada. A palavra “entendimento”, no original em grego é διάνοια (dianoia), que significa “pensamento profundo”, portanto devemos amar a Deus em todas as esferas da nossa vida, emocional, espiritual e também intelectual.

Como amamos a Deus com nossa razão? Acima de tudo, o crente tem que conhecer as bases de sua própria fé investindo no profundo conhecimento bíblico e teológico, Martinho Lutero dizia que a teologia nada mais é que a gramática da língua do Espírito Santo, é exatamente isso que a teologia é. E desafio alguém a investigar a história do Cristianismo e encontrar algum grande homem de Deus da história que não tenha sido também um profundo conhecedor das Escrituras. Em segundo lugar, o crente tem que conhecer filosofia, especialmente filosofia da religião, e apologética (defesa racional da fé) ambas essenciais tanto para o fortalecimento da própria fé quando para prover respostas racionais aos céticos como a Bíblia ordena em 1Pedro 3.15. Basta um estudo superficial da Bíblia e da história da Igreja e vemos o quão importante a teologia, a filosofia, e a apologética foram para a fé cristã. A começar pelo próprio Deus que em Isaias 1.18 incentiva o povo a raciocinar. Cristo que era mestre na retórica e se salvava como ninguém das arapucas lógicas dos fariseus, saduceus e herodianos como vemos no capitulo 12 de Marcos. O apóstolo Paulo que foi educado por Gamaliel, o maior sábio da época, citou poetas e filósofos pagãos em seus escritos (At 17.28, 1Co15.33, Tt 1.12), argumentava com os gentios como visto em Atos 17, persuadia - usando a argumentação intelectual - as pessoas a crerem em Cristo (At 17.4, At 28.23) e se dizia responsável pela defesa e confirmação do evangelho (Fp 1.7,16). (Se quisermos ser como Paulo porque não seguir o exemplo dele?). Apolo que convencia publicamente os judeus que o Cristo é Jesus (At 18.28). Tito ordena que os ministros tenham poder para convencer os que o contradizem (Tt 1.9) e Judas nos exorta a batalhar pela fé (Jd 3). Um passo além da geração do Novo Testamento, encontramos os pais da Igreja primitiva e seus tratados, apologéticas e cartas de uma inteligência brilhante, homens que foram fundamentais na autoconfiança e vigor da Igreja Cristã, pois esses homens mostraram que a comunidade cristã era tão intelectual e culturalmente rica quanto a cultura pagã que a circundava. Pulando alguns séculos até os grandes avivamentos do século XVIII, encontramos os grandes avivalistas John Wesley que dizia que o ministro deveria estudar “lógica, metafísica, teologia natural e geometria” habilidades negligenciadas pelos ministros evangélicos de hoje, e Jonathan Edwards teólogo e presidente da Universidade de Princeton. E mais recentemente, Billy Graham, o maior evangelista do século XX, disse que se pudesse recomeçar tudo de novo estudaria três vezes mais e tiraria seu Ph.D em antropologia! Ufa! Diante de tantas evidências em favor do uso da razão na fé cristã, como alguém pode argumentar contra?

Desde o inicio do século passado, com o avanço da ciência e os ataques intelectuais a religião, os cristãos preferiram se calar ao invés de contra-argumentar intelectualmente. E por isso a fé cristã acabou intelectualmente marginalizada, ao contrário do que fora outrora. Hoje a Igreja é mais guiada por sentimentalismo do que por convicções. Se quisermos uma Igreja forte e atuante devemos recuperar o espírito intelectual da Igreja, pensar de forma critica e aprender a aplicar a cosmovisão cristã a todas as áreas do conhecimento humano. Se quisermos transformar o mundo de forma eficaz devemos começar pela renovação de nossas mentes (Rm 12.2). Uma das desafiadoras tarefas dos pensadores cristãos é ajudar a mudar a tendência intelectual contemporânea de tal modo a favorecer um ambiente sociocultural onde a fé cristã possa ser considerada uma opção intelectualmente aceitável por homens e mulheres esclarecidos¹. Mas isso é fruto de muito estudo e esforço intelectual. Deus detesta preguiçosos, e os intelectualmente preguiçosos não fogem à regra. Nós somos responsáveis diretos pelo futuro da Igreja, se nós não nos dedicarmos com afinco ao estudo aprofundado da Palavra, se não zelarmos pela correta compreensão das Escrituras, se não fortalecermos os alicerces da Igreja disseminando as idéias cristãs, o mundo será levado por idéias anticristãs e a Igreja Evangélica não vai suportar por muito tempo os ataques do pós-modernismo e das filosofias seculares, pois as pessoas são movidas por idéias. Idéias cristãs deixarão o solo fértil para a mensagem do Evangelho, idéias ateístas tornarão a penetração do Evangelho praticamente impossível. Portanto Despertai, Bereanos!

http://despertaibereanos.blogspot.com/2007/10/amando-deus-de-todo-o-entendimento.html
Vitor Pereira