terça-feira, 31 de março de 2009

Por que a vida surgiu no Universo?

A revista Superinteressante especial "29 Coisas que Não Fazem Sentido", publicada em junho do ano passado, traz uma série de mais de 60 matérias sobre temas que, sob as lentes naturalistas, não fazem sentido. Exemplo: Por que as baleias têm cérebro tão grande? Por que temos câncer? Se os ETs existem, por que não fazemos contato? Por que o homem é o primata com o maior pênis? Por que temos fé? Por que morremos? Por que somos o único bicho [sic] com linguagem? Para que serve o sexo? Por que os humanos têm consciência? Se somos primatas, por que temos tão pouco pêlo no corpo?

Entre explicações risíveis e outras até bem fundamentadas, o texto que mais me chamou a atenção foi o que tratou da pergunta "Por que a vida surgiu no Universo?" A matéria começa lamentando: "Pena que essa historinha [a do big bang e do surgimento e evolução da vida] ainda esteja longe de realmente explicar a coisa toda. Isso porque todo mundo entende o que aconteceu para que o Universo acabasse produzindo vida, mas ninguém entende por que o Universo nasceu ‘configurado' para permitir todas essas maravilhas. Parece uma sorte tremendamente grande."

O texto prossegue: "Aparentemente, nós só estamos aqui porque algumas regulagens específicas das leis da física - a intensidade da gravidade, ou o nível de atração entre elétrons e prótons, partículas que compõem os átomos - vieram ‘certinhas' para permitir a nossa existência. Quer exemplos? Se a gravidade fosse um pouco mais forte, as estrelas teriam vida muito curta e nunca haveria tempo hábil para a evolução das espécies; se fosse mais fraca, não seria capaz de agregar a massa em estrelas. E a atração mútua entre elétrons e prótons? Se fosse diferente do que é, não existiriam átomos estáveis. São parâmetros que, devidamente ajustados, tornaram o Universo em lugar habitável. A pergunta que não quer calar: Quem ou o que fez essa ‘tunagem', ou ‘regulagem' do Cosmos, lá no começo de todas as coisas?"

Como se trata de uma revista com pretensão de ser científica e como o naturalismo filosófico não admite que a Teologia se atreva a sugerir uma resposta (sim, porque assumem a priori que o sobrenatural não existe), e como insistir no fator sorte para tanta organização pega mal, eles se saem com a "resposta": "Aplicar a teoria da seleção natural de Darwin ao Universo poderia resolver de vez o mistério da existência. Tal como ocorre com os seres vivos na Terra, os universos que mais se ‘reproduzem' seriam os mais bem-sucedidos."

Claro! Por que não pensaram nisso antes? A teoria-explica-tudo está aí pra isso mesmo. Nada de sorte, nada de Deus. Seleção natural cósmica!

Segundo Superinteressante, há cientistas que defendem a existência de infinitos universos, cada um com sua afinação diferente. "O nosso não teria nada de especial, seria apenas mais um de uma gama de universos totalmente desligados uns dos outros, componentes de um Multiverso."

E antes que a gente pergunte, eles respondem: a ideia é completamente metafísica, "outro tipo de roubalheira intelectual, em que se usa de hipóteses não verificáveis para solucionar (entre aspas) um problema apresentado pela configuração do Universo".

Constrangedor, não? Dão um chega-pra-lá no criacionismo para defender a metafísica pura. Pra não ficar no campo da especulação pura e simples, apelam para Darwin e a teoria-explica-tudo. E fica mais ou menos assim: surgiram muitos universos diferentes a partir de buracos negros. Por "seleção cosmológica natural" (é assim que o físico Lee Smolin chama o processo, em seu livro A Vida do Cosmos) os universos menos aptos a produzir vida ou mais aptos a produzir outros universos estariam em número maior que os que têm poucos "filhos". "Resultado: torna-se, de súbito, muito mais provável que estejamos em um Universo como o nosso, em vez de em qualquer outro menos prolífico, digamos." Simples, não?

Detalhe: a matéria seguinte trata da pergunta "Por que sabemos tão pouco sobre a existência de Jesus?" A reportagem não aceita que os evangelhos sejam documentos confiáveis sobre Jesus Cristo, embora admita que autores não cristãos do século 1 e começo do século 2 (como Flávio Josefo, Tácito e Suetônio) O tenham mencionado. Um pequeno quadro na página 35 afirma que o ossuário de Tiago (urna funerária com uma inscrição em aramaico que menciona Jesus) é falso. Pena que o autor do texto não leu o convincente livro de Hershel Shanks (editor da Biblical Archaeology Review), O Irmão de Jesus (Editora Hagnos).

Resumindo: quando o assunto é religião, crença, criacionismo, Deus, etc., levanta-se todo tipo de questionamento, ainda que se possa contar com evidências históricas e arqueológicas a favor. Mas quando se trata de explicar do ponto de vista naturalista a origem do Universo e da vida, os mais mirabolantes argumentos podem ser usados - mesmo que não haja evidências empíricas para eles. Viva a coerência!

Michelson Borges

sábado, 7 de março de 2009

Consumir álcool causa câncer

O mito de que uma taça diária de vinho não faz mal caiu por terra na França. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) no país publicou um documento que orienta os profissionais de saúde a combater o hábito de beber diariamente, que concerne 13,7% da população. O motivo: em qualquer medida, bebidas alcoólicas podem causar câncer. O relatório se ampara nas conclusões de três institutos: o National Alimentation Cancer Research, o Fundo Mundial de Pesquisa contra o Câncer e o Instituto Americano para a Pesquisa sobre o Câncer. O Inca coordena na França os estudos, além de orientar médicos na luta contra a doença.

Segundo o texto, o consenso acadêmico sobre os riscos do álcool são suficientes para que campanhas de esclarecimento sejam realizadas. “O consumo de bebidas alcoólicas está associado ao aumento do risco de diversos cânceres: de boca, de faringe, de laringe, de esôfago, colo-retal, do sangue e do fígado.”

O documento alerta que o porcentual de aumento do risco está estimado tendo como base cada copo de álcool consumido por dia. O risco varia entre 9% a 168%. “Em particular, o aumento do risco de cânceres de boca, de faringe e de laringe é estimado em 168% por copo de álcool consumido por dia.” O relatório descarta até a ingestão diária de pequenas doses, tradição no país. “O aumento do risco é significativo a partir do consumo médio de um copo por dia. O efeito depende do volume consumido, não da bebida alcoólica.”

Dominique Maraninchi, presidente do Inca, e Didier Houssin, diretor-geral de saúde, autores do texto, alertam que o etanol é metabolizado em acetaldeído (etanal), que pode gerar mutações no DNA.

Na França, a recomendação tem peso de choque cultural. Desde 1960, o volume de consumo de bebidas alcoólicas vem caindo, mas o nível atual – de 12,9 litros por habitante por ano – é dos mais elevados. Em 2006, a Organização Mundial da Saúde indicou que 20,3% dos homens e 7,3% das mulheres com idades entre 12 e 75 anos bebem todos os dias no país.

(O Estado de S. Paulo, 18/2, republicado no Jornal da Ciência)

Música estimula vida sexual dos jovens

Um estudo conduzido por pesquisadores americanos sugere que adolescentes que escutam músicas de conteúdo sexual depreciativo têm uma vida sexual mais ativa. A equipe da Universidade de Pittsburgh entrevistou 711 jovens dos 13 aos 18 anos de idade sobre suas vidas sexuais e hábitos musicais. Eles perceberam que os que ouviam músicas com versos sobre sexo explícito e agressivo regularmente, cerca de 17h por semana, tinham o dobro das chances de fazer mais sexo do que os que ouviam músicas apenas 2,7h no mesmo período. Os especialistas classificaram como letras vulgares as que descrevem o sexo como um ato puramente físico e relacionado a relações de poder, diz o estudo divulgado na publicação especializada American Journal of Preventative Medicine. (...)

(BBC Brasil)

Nota: cada vez mais pesquisas deixam evidente o poder da música sobre a mente humana, o que deve chamar a atenção dos cristãos para os critérios de seleção do conteúdo musical ao qual eles se expõem. Some-se a isso a notícia recente sobre a maneira como o homem vê as mulheres semi-nuas, a influência dos programas de TV com conteúdo erótico na iniciação sexual precoce dos jovens, as letras depreciativas das músicas tipo funk e a maneira como a mulher é exposta em festas populares como o Carnaval (veja foto ao lado), e teremos uma ideia do tipo de sociedade em que estamos vivendo. Nossa dívida com Sodoma e Gomorra só aumenta...[Michelson Borges]

Homens veem mulheres sensualizadas como objeto

Cientistas analisaram o cérebro de homens enquanto eles olhavam para a foto de uma moça de biquíni, e descobriram que as seções do cérebro que reagem a objetos ficaram mais ativas. A parte do cérebro responsável pela interação social foi desativada quando os voluntários foram expostos à foto. Ou seja, eles não estavam interessados em se relacionar com a mulher da foto. Apenas pensavam nela como uma “coisa”.

A professora da Universidade de Princeton, Susan Friske, que conduziu os estudos, afirmou que os homens não veem mulheres sensualizadas como humanas. “É claro que eles sabem que a modelo da foto é humana, mas é a reação deles a ela que é comparada com a reação diante de um objeto”, explica. Para Friske as constantes aparições de mulheres seminuas, na sociedade e na mídia é que são as grandes responsáveis por esse tipo de reação. “É como a violência na televisão. Estamos tão acostumados que acabamos ficando insensíveis, amortecidos. Não nos chocamos mais”, compara a professora. “Vemos muitas mulheres seminuas. Ficamos acostumados com isso”, completa.

(Telegraph)

Nota: portanto, não é à toa que a Bíblia recomende o pudor e incentive o uso de vestuário decente. A extrema erotização da sociedade, infelizmente, tem contribuído para a desvalorização do ser humano, cada vez mais visto como objeto. O que dizer da absurda exposição do corpo feminino em época de carnaval?[Michelson Borges]

Muçulmano coloca Vaticano em saia-justa

Durante o encontro sobre darwinismo promovido pelo Vaticano (e para o qual criacionistas não foram convidados), um muçulmano tomou a palavra e fez várias perguntas em público. Oktar Babuna não obteve respostas e foi convidado a deixar o plenário. Ironicamente, o Vaticano defende a teoria da evolução. Os muçulmanos são criacionistas.



O áudio da gravação não está muito bom, mas dá para entender alguma coisa:

Oktar Babuna: "Meu nome é Oktar Babuna. Sou um neurologista da Turquia. Eu represento Huran Yahya no país. Ele é autor de 300 livros incluindo o Atlas da Criação. Agora, falando sobre teorias científicas, vocês sabem como elas funcionam. Primeiro, você espalha os princípios de uma hipótese e, se for verificada por meio de observações e experimentos, então se torna uma teoria. Os oradores fazem algumas alegações, mas elas não foram confirmadas por evidências científicas. Por exemplo, se a evolução é um fato, sabe-se que Darwin sugeriu que deveria existir pequenas mudanças sucessivas entre as espécies. Deveríamos observar formas transicionais. Você entende, formas transicionais. Precisamos encontrá-las. Você pode nos mostrar alguma forma transicional? Animais monstruosos sem asas, por exemplo, depois criam apenas uma, um pedacinho de asa, que mostra órgãos incompletos."

Moderador: "Você está... fora de si. Sua pergunta não será respondida."

Oktar Babuna: "O Tiktaalik rosaea e o Archaeopteryx não são formas transiocionais, eles são espécies próprias. Animais extintos."

Moderador: "Tem algum jeito de desligar esse microfone? Você está desrespeitando as regras..."

Oktar Babuna: "Isto é uma discussão científica."

Moderador: "Você não é um orador."

Oktar Babuna: "Eu não sou um orador. Estou pedindo a eles que mostrem fósseis transicionais. A Explosão Cambriana..."

Oktar Babuna: "Isto é uma discussão científica..."

Por fim, arrancam-lhe o microfone e o expulsam do auditório.

Infelizmente, mais uma vez, a Igreja Católica se coloca do lado errado. Há três séculos, condenou o fundador do método científico, Galileu Galilei, por defender uma ideia científica factual. Agora ela defende irrestritamente o darwinismo como teoria plenamente comprovada, abrindo mão de princípios bíblicos claros para acomodar o evolucionismo à sua teologia liberal. Sorte do Oktar estar vivendo em outros tempos, senão seria fogueira na certa.

Por Michelson Borges

Minha Esperança

Projeto com intuito de levar a Palavra de Deus às pessoas.
Os vídeos possuem testemunhos de pessoas famosas como Kaká, e no fim a pregação do maior
evangelista da história, Billy Graham.



Parte 1


Parte 2


Parte 3


terça-feira, 3 de março de 2009

A Lei de Cristo


Jesus veio cumprir os mandamentos (Leis, preceitos, ordenanças, estatutos, decretos, conselhos) do Pai ao quais nunca, nenhum homem, foi capaz de guardar. Uma vez tendo cumprido estes mandamentos Jesus foi feito Senhor e Cristo. Glória eterna lhe foi dada e foi entronizado tendo-lhe sido concedida pelo Pai a prerrogativa de governar os seus não segundo os mandamentos já cumpridos mas segundo novo(s) mandamento(s)... É o que nos revela João:

(Jo 13:34) Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.

(Jo 14:15) Se me amais, guardai os meus mandamentos.

(Jo 14:21) Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.

(Jo 15:10) Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor.

(Jo 15:12) O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.

Aquele que está em Cristo é uma nova criatura (Nova Criação) e as coisas velhas (más ou boas) já passaram. De fato aquele que está em Cristo, aos olhos de Deus (segundo a visão jurídica celestial) morreu e agora vive em ressurreição. Quem morreu está desobrigado de guardar qualquer lei que seja, pois a lei foi decretada para os que vivem:

(Rm 7:1) NÃO sabeis vós, irmãos (pois que falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive?

(Rm 7:2) Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.

(Rm 7:3) De sorte que, vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera, se for de outro marido.

(Rm 7:4) Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.

De que Lei Paulo fala aqui?

De leis cerimoniais? Tradições rabínicas?

De jeito nenhum.

Para não ficar dúvida sobre de qual Lei Paulo diz que “morremos para a Lei”, fica esclarecido no mesmo contexto por meio de um exemplo:

Rm 7:7 Que diremos pois? É a lei pecado ? De modo nenhum. Mas eu não conheci o pecado senão pela lei; porque eu não conheceria a concupiscência, se a lei não dissesse: NÃO COBIÇARÁS.

Qual Lei que diz : “NÃO COBIÇARÁS?”

É a lei dos 10 mandamentos, escrita nas tábuas de pedra:

(Ex 20:17) Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo.

Paulo então defende que morremos para a Lei, a velha lei dos mandamentos, dados pelo Pai e jamais cumpridos por homem algum, excetuando-se Cristo:

(Gl 2:19) Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus.

Daí temos que vivendo em ressurreição esperamos diretamente de Cristo por meio de seu Espírito que nos guia qual seja o seu mandamento vivo, sua lei viva, pulsando em nossos corações, sendo gravada em nossa mente a cada instante, não na forma de letras impressas ou gravadas fixas em pedras, mas na forma de um constante falar do Espírito Santo ao nosso coração nos dizendo a cada momento qual deve ser nossa atitude em cada situação. Enfim, aquilo que Paulo chama de andar no Espírito, ser guiado pelo Espírito, viver no Espírito e cumprir assim a Lei de Cristo que é em vida e em novidade de espírito.

(1Co 9:21) Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas (debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei

(Gl 6:2) Levai as cargas um dos outros, e assim cumprires a lei de Cristo


A Lei de Cristo é a Lei da Liberdade

(Tg 1:25) Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.

(Tg 2:12) Assim falei, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade

Num maravilhoso texto bíblico Paulo esclarece sobre esta lei viva da liberdade no Espírito Santo. Ele mostra como ela substitui a Velha Aliança e o Velho Testamento escrito na pedra, ministério da condenação, ministério da morte e Paulo magnificantemente nos conduz até nos fazer ver que a Liberdade, onde entramos por meio do Espírito, se refere a contemplar a Cristo, de modo espiritual, constantemente, ao ponto de sermos transformados. Sim mudados, momento a momento, mudando e sendo transformado interiormente mediante este contemplar em fé.

Veja como Paulo caminha desde o que era antes (letras, véus, ministérios humanos, capacidades humana) até o que é agora (contemplar a Cristo, ter liberdade no Espírito, não ser capaz sequer de pensar algo como se procedesse de nós mesmos, mas aguardar perante a face de Cristo, a suficiência, capacitação, que vem de Deus):

(2Co 3:3) Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.

(2Co 3:4) E é por Cristo que temos tal confiança em Deus;

(2Co 3:5) Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus,

(2Co 3:6) O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica.

(2Co 3:7) E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória,

(2Co 3:8) Como não será de maior glória o ministério do Espírito?


(2Co 3:9) Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça.

(2Co 3:10) Porque também o que foi glorificado nesta parte não foi glorificado, por causa desta excelente glória.
(2Co 3:11) Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece.

(2Co 3:12) Tendo, pois, tal esperança, usamos de muita ousadia no falar.

(2Co 3:13) E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a sua face, para que os filhos de Israel não olhassem firmemente para o fim daquilo que era transitório

(2Co 3:14) Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido;

(2Co 3:15) E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles.

(2Co 3:16) Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará.

(2Co 3:17) Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.

(2Co 3:18) Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.

O Cristão ainda pode optar por ficar na caducidade da letra e naquilo que era transitório e naquilo que de fato foi abolido... Mas perderá muito em termos de liberdade e de ser transformado de glória em glória.

Autor desconhecido

Cristo na Lei


A salvação para a qual a Bíblia nos instrui é acessível “através da fé em Cristo Jesus”. Portanto, visto que a Escritura diz respeito à salvação, e a salvação é por intermédio de Cristo, a Escritura está plena de Cristo.

O próprio Jesus compreendia a natureza e a função da Bíblia desta maneira. “As Escrituras”, ele disse, “testificam de mim” (Jo 5:39). Em outra ocasião, caminhando com dois de seus discípulos depois da ressurreição, de Jerusalém a Emaús, ele os repreendeu pela incredulidade e falta de sabedoria, em vista do desconhecimento da Escritura. Lucas nos conta a história:

E, começando por Moisés, discorrendo por todos os profetas, expunha-lhes o que a seu respeito constava em todas as Escrituras (Lucas 24:27).

Pouco tempo depois, o Senhor ressuscitado disse a um grupo maior de seguidores:
São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco:importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos (Lucas 24:44).
A afirmação de Cristo era, então, não apenas que a Escritura dava testemunho dele numa forma genérica, mas que em cada uma das três divisões do Antigo Testamento – a Lei, os Profetas e os Salmos (ou “Escrituras”) – havia coisas a respeito dele, e que todas deviam cumprir-se.

A relação fundamental entre o Antigo e o Novo Testamento, de acordo com Cristo, é entre promessa e cumprimento. A primeira palavra pronunciada por Jesus em seu ministério público (no texto grego do Evangelho de Marcos) indica isso. A palavra é “cumprido”:

O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho (Marcos 1:15).

Jesus Cristo estava profundamente convencido de que os longos séculos de espera haviam terminado, e que ele mesmo havia introduzido os dias do cumprimento. Assim podia dizer aos apóstolos:

Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque vêem; e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não ouviram (Mateus 13:16,17).

À luz dessa alegação devemos em primeiro lugar observar as três divisões do Antigo Testamento, do Novo Testamento e tentar descobrir de que forma nosso Salvador Jesus Cristo é ele mesmo (em termos de promessa e cumprimento) o tema unificador da Escritura.

“Lei” era usado para referir-se ao Pentateuco, os primeiros cinco livros do Antigo Testamento. Podemos achar realmente Cristo neles? Sim, podemos.

Para começar, eles contêm algumas das promessas fundamentais da salvação por intermédio de Jesus Cristo que dão suporte a todo o restante da Bíblia. Deus prometeu, em primeiro lugar, que a semente de Eva feriria a cabeça da serpente; depois, que por meio da posteridade de Abraão abençoaria todas as famílias da terra; e, mais tarde, que “o cetro não se arredará de Judá (...) até que venha (...);e a ele obedecerão os povos” (Gn 3:15; 12:3; 49:10). Assim, foi revelado já no primeiro livro da Bíblia – que o Messias seria humano (descendente de Eva) e judeu (descendente de Abraão e da tribo de Judá) e que esmagaria Satanás, abençoaria o mundo e governaria como rei para sempre.

Outra importante profecia a respeito de Cristo na Lei apresenta-o como o Profeta perfeito. Moisés disse ao povo:

O SENHOR, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás (...) em sua boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar (Deuteronômio 18:15,18).

Não era, porém, apenas por meio de profecias diretas que a Lei apontava para Cristo, mas também por figuras indiretas. Nela o Messias era tanto prenunciado quanto predito. Na verdade, a conduta de Deus com relação a Israel, ao escolhê-los, redimi-los, estabelecer uma aliança com eles, prover a remissão de seus pecados pelo sacrifício e levá-los a herdar a terra de Canaã, tudo isso apresentava em termos limitados e locais o que um dia seria acessível a todos os povos por intermédio de Cristo. Os cristãos hoje podem dizer: Deus nos escolheu em Cristo e fez de nós um povo de sua propriedade particular. Jesus derramou seu sangue como remissão por nossos pecados e para ratificar a nova aliança. Ele nos redimiu não do cativeiro egípcio, mas do cativeiro do pecado. É nosso grande sumo sacerdote que ofereceu a si mesmo na cruz, como sacrifício único e eterno pelos pecados, e todo o sacerdócio e sacrifício são cumpridos juntamente nele.
Além disso, por sua ressurreição, somos nascidos de novo para uma viva esperança, “para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível”, reservada nos céus para nós (1Pe 1:3,4). Essas grandiosas palavras cristãs, que descrevem diversos aspectos de nossa salvação por meio de Jesus Cristo – eleição, remissão, aliança, redenção, sacrifício, herança – começaram todas a ser usadas no Antigo Testamento referindo-se à graça de Deus direcionada a Israel.
Existe ainda uma terceira maneira pela qual a Lei dá testemunho de Cristo. Ela é descrita pelo apóstolo Paulo na Epístola aos Gálatas:

Antes que viesse a fé, estávamos sob a tutela da lei e nela encerrados, para essa fé que, de futuro, haveria de revelar-se. De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé (Gálatas 3:23,24).

A lei é descrita vividamente pelas palavras gregas utilizadas por Paulo, tais como as que representam o confinamento sob uma guarnição militar (“estávamos sob a tutela”) e um tutor encarregado de disciplinar menores (“serviu de aio”). Tudo isso porque a lei moral condenava o transgressor sem oferecer em si mesma nenhum remédio. Nesse sentido, ela apontava para Cristo. A própria condenação que ela implicava tornava Cristo necessário. Ela nos mantinha em cativeiro a fim de “nos conduzir a Cristo”, o único que poderia nos salvar. Somos condenados pela lei, mas justificados pela fé em Cristo.

O Propósito da Bíblia – John Stott