sexta-feira, 18 de setembro de 2009

O povo Judeu e as profecias bíblicas

Os céticos têm pedido uma prova irrefutável da existência de Deus e dito que não podemos usar a Bíblia para provar a Bíblia porque isso é argumento circular. Eles não levam em conta que há um paralelo entre as afirmativas bíblicas e os fatos históricos. Podemos usar a Bíblia comparando as suas profecias com eventos históricos para provar a sua idoneidade. Diante do exposto abaixo é apenas uma questão de aceitar ou não:


O Povo Judeu e Israel - uma prova da existência de Deus
Quando alguém na universidade me pergunta q
ual a maior prova da e
xistência de Deus eu respondo sem titubear: o povo judeu e Israel! Existem profecias tão específicas e detalhadas em relação ao povo judeu e a terra de Israel que não podem ser ignoradas. Citarei apenas algumas poucas, mas substanciais profecias.


O anti-semitismo e o Holocausto
Os profetas do Antigo Testamento predisseram que por causa da obstinada rebelião do povo jud
eu contra Deus eles seriam objeto de desprezo, ódio, zombaria, seriam escravizados e mortos por povos estranhos, espalhados por todas as nações do mundo e qu
e depois Deus os reuniria de volta à sua terra (Neemias 1.8 e 9). Essas profecias surpreendentes se cumpriram cabalmente na existência deste povo, a história testifica isso com farta documentação. O anti-semitismo e o Holocausto foram preditos pelos profetas hebreus e o cumprimento destas profecias é um fato insofismável.


Diáspora e Sionismo
Todos os povos que foram expulsos de suas terras e passaram mais de 400 anos sem uma pátria se extinguiram (os assírios, os babilônios, os medos-persas etc.). Não existe paralelo na história da humanidade, exceto os judeus que em 70 D.C. foram espalhados por todo o mundo, sofreram perseguição em todos os lugares (Jeremias 29.18; 44.8), mas mantiveram-se como uma nação étnica identificável. Após c
erca de 18 séculos depois de sua dispersão o povo judeu começou a retornar à sua pátria (Ezequiel 34.11,13,28 e 30).


O Deserto Floresce
Isaías profetizou que Israel floresceria como um botão de uma rosa e que exportaria flores e frutos ao mundo (Isaías 27.6).

O impressionante é que na época em que Isaías fez tal profecia Israel era um deserto infértil e quase ninguém levou à sério o que ele disse ignorando-o como um louco.

Após o retorno do povo judeu para a sua terra em 1948 eles encontraram uma terra desértica - com exceção de algumas áreas pantanosas - e improdutiva. Eles drenaram os pântanos de águas salobras e cultivaram a terra, fizeram um excelente trabalho de reflorestamento e com o aumento das áreas florestadas vieram as chuvas e surpreendentemente, após mais de 2700 anos, o deserto floresce exatamente como foi profetizado. Hoje Israel exporta flores para a Holanda que é o maior produtor de flores do mundo. Exporta frutos para vários países da Europa e é incontestavelmente uma potência em tecnologia agrária. (na foto o deserto de Negev em Israel)


Um Cálice de Tontear

A Bíblia afirma que Deus faria de Jerusalém (uma cidade sem nenhuma importância no cenário mundial naquela época) um cálice de tontear, uma pedra pesada para todas as nações e que todos que tentassem removê-la do seu lugar se feririam gravemente (Zacarias 12. 2,3,6,8 e 9). Isso soa familiar para você?

Lembram das guerras árabe-israelenses? Israel prevaleceu de maneira fulminante sobre um inimigo superior em número de soldados, armas e tem auto-suficiência para expulsar a todos os inimigos invasores (lembrar das guerras depois da criação do Estado de Israel, principalmente a Guerra dos Seis Dias em 1967 - foto).

Israel é uma democracia em um mar de ditaduras, um país cercado por visinhos que juraram exterminá-lo. Não, os árabes não intencionam implementar algum sistema de governo ou conseguir algumas terras para os Palestinos, mas terminar o que Hitler não conseguiu terminar com a sua proposta de uma “Solução Final”. Sim, o desejo declarado dos árabes é o extermínio de todos os judeus.


Armagedon

A história mais assombrosa de Jerusalém ainda está por ser escrita. O rápido desenrolar dos eventos no Oriente Médio aponta quase diariamente em direção ao Grande Final – o tempo de maior sofrimento para o povo judeu em torno do mundo, que terá seu clímax na terrível batalha do Armagedon e no retorno glorioso do Messias que resgatará Israel e reinará sobre o mundo a partir do trono restabelecido de Davi em Jerusalém (Zacarias 14.2-4).

Muito poderia ser dito, mas isso serve apenas como uma breve introdução à respeito das incontestáveis profecias cumpridas literalmente na existência do povo judeu.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Carta ao Pr. Silas Malafaia Sobre o seu Comprometimento com a Teologia de Satanás

Carta enviada ao Silas Malafaia por Eliel Vieira


Caro Pastor Silas Malafaia,

Antes de dizer qualquer coisa, devo ser sincero e dizer que o “caro” na saudação acima foi apenas por educação, uma vez que não vejo atualmente algo que possa identificar como louvável em você ou em suas recentes atitudes.

Apesar de bastante crítico, sou uma pessoa calma, que não briga e que raramente fica nervosa com alguma coisa. Também, apesar de já ter escrito dezenas de críticas contra posturas evangélicas que considero – para dizer pouco – prejudiciais à fé, em todos meus textos eu jamais escrevi uma carta criticando uma pessoa de forma direta. Jamais havia considerado alguém (ou uma ação de alguém) tão prejudicial ao ponto de sobre este alguém (ou sobre sua atitude) escrever um texto especificamente, mas você conseguiu esta façanha. Você foi o primeiro a realmente me deixar nervoso, irritado ao ponto de sentir nojo de alguns ensinamentos que você tem proferido.

Em homenagem à sua façanha, estou te escrevendo esta carta. Mas, por favor, não a interprete mal. Apesar de sentir nojo de algumas coisas (lê-se "quase todas") que você diz, eu o respeito como pessoa e como pensador. Afinal de contas somos todos nós criaturas do mesmo Deus, dotados da mesma capacidade racional e, claro, sujeito aos mesmos erros e enganos. Talvez no fim das contas eu esteja errado, e você certo. Mas, se assim for, te dou a oportunidade através desta carta de defender suas práticas e seus ensinamentos. Estou aberto a ouvir e analisar tudo o que disser, desde que diga com amor, e fazendo bom uso da razão simples. Apenas não venha com frases do tipo “sou profeta de Deus e você me respeite” ou “oro para que Deus te perdoe pelas suas blasfêmias” ou “não toque no ungido do Senhor”. Nada destas ladainhas de pastor que não quer ser criticado me interessam.

Para dizer a verdade, não estou nem interessado em travar debates sobre prática X ou Y, pois tais debates seriam infrutíferos, uma vez que você é mestre em manipular passagens bíblicas a seu favor como você já demonstrou diversas vezes em seus programas. Estou apenas me expondo aqui, com sinceridade, analisando suas práticas e ensinamentos à partir da maneira como as coisas "espirituais" soam a mim. Que Deus seja testemunha de que em nenhum momento desta carta eu disse algo que não esteja de acordo com a maneira como eu entendo e concebo a Palavra do Evangelho.

A prática principal vinda de você que me enoja é a famosa Teologia de Mamom. Sinceramente, deixe-me lhe perguntar: você não tem vergonha na cara de defender hoje tudo o que você pregou fervorosamente contra no passado, quando ainda era um defensor da pureza e simplicidade do Evangelho? O que aconteceu com você Silas? Como um pastor pôde se vender a tudo aquilo que uma década atrás criticava? Será que foi por causa do bigode? Será que se uma pessoa cultivar um bigode por muito tempo, quando ela o raspar, a ética irá junto pelo ralo? Ou será que você só raspou o bigode para tirar a imagem “pesada” que você tinha e assim ficar mais apresentável e bonitinho na hora que arrancar dinheiro do povo? Se for isso eu entendo, afinal, marketing é tudo! Já que você considera proveitoso gastar milhões de reais com um programa de TV que, em sua metade, consiste apenas de petições de esmolas aos tele-espectadores, sim, você precisa se aparentar bem.

É muito engraçado até. Na primeira parte do programa vemos um Silas nervoso, enraivecido, crítico em relação a aquilo que ele considera errado e muito gritador em sua pregação. Depois, aparece um cenário claro, com uma musiquinha calma e tranqüila de fundo e aí aparece o Silas, mansinho, calminho, voz tranqüila, quase sussurrando, parecendo um vovô sereno. Objetivo? Claro, pedir dinheiro. Para tal empreitada o bigode realmente atrapalhava, eu entendo. E para esmolar as justificativas são sempre as mesmas: estamos passando por dificuldades, o programa precisa de recursos para se manter, blá, blá, blá, temos uma cruzada profética, blá, blá, blá, etc.

Porém, ao que parece, precisa-se de algo mais para atrair a boa vontade das pessoas em doar seus custosos recursos ao "ministério": as promessas de prosperidade.

Oh sim! Semeie irmão! Semeie na obra do Senhor (lê-se, na conta do pastor), precisamos de pessoas liberais para doar para a obra! Deus não precisa do seu dinheiro, mas eu preciso! Doe aqui 900 reais e eu te dou de presente uma Bíblia da Vitória Financeira! Olha só, tá vendo que grande negócio? Além de ser abençoado com uma unção financeira especial você ainda vai ganhar uma Bíblia novinha, tá vendo? Mas claro, meu irmão, além de semear você precisa exigir de Deus sua vitória, pois se você doar apenas por amor você é um trouxa (fonte)! Ô Aleluia, glória a Deus! Doe e receba a unção financeira especial para a sua vida!

Quando eu escuto estas babaquices, caro Silas, em vão eu me pergunto: onde raios a Bíblia fala sobre “unção financeira especial”? Este termo existe na Bíblia? Onde a Bíblia ensina a “doar com liberalidade” com o objetivo de receber “bênçãos financeiras” de Deus? A sua Bíblia diz estas coisas? Pelo menos a minha não, afinal, a Bíblia que eu leio não é a Bíblia da “Vitória Financeira”, é uma Bíblia normal e comum.

E aqui temos, você, caro Silas, como um dos pastores mais assistidos do Brasil, levantando a bandeira de uma prática funesta, nojenta e totalmente anti-bíblica (para não dizer satânica). Quando foi que Jesus prometeu riquezas para seu povo? Quando foi que Jesus disse que devemos ofertar esperando que nosso empregadinho “Deus” nos encha de dinheiro? Quando foi, aliás, que Jesus incentivou alguma pessoa a buscar riquezas como objetivo principal de sua vida? O que Jesus disse ao jovem rico: que ele semeasse um pouco na obra do Senhor (afinal, Jesus nem jumentinho próprio tinha) para que ele ficasse mais rico ou para que ele doasse TUDO e entregasse o dinheiro aos pobres? Como conciliar as promessas de vitória e prosperidade inventadas por vocês com passagens como "no fundo tereis aflições" (Jo 16:33), "o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males" (ITm 6:10) ou "é mais fácil um camelo passar no buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus" (Mc 10)?

Diga-me, caro Silas, se Jesus estivesse no seu lugar, ele pediria as pessoas para doar ao Ministério ou diria as pessoas que vendessem seus bens e doassem aos pobres? Jesus iria mandar imprimir uma Bíblia de “Vitória Financeira”? Aliás, Jesus teria um programa de TV ou estaria nas ruas chorando com os que choram? Sobre as ofertas, será que viuvinha ofertou exigindo vitória financeira de Deus? Ou ela ofertou com amor? Se foi com amor, será que Jesus foi até ela e a chamou de trouxa, como você fez certa vez em rede nacional? A propósito Silas, minha mãe é trouxa? Pois ela nunca exigiu riquezas da parte de Deus e sempre ofertou com amor.

Quem estiver lendo esta carta pode se perguntar: mas isso foi a tanto tempo, porque você ficou nervoso com o Silas justamente agora?

Bem, foi após ver este vídeo:



Que cena mais ridícula, Silas. Você está apelando para a "numerologia gospel" agora? Então se estamos em 2009, devemos doar 900 reais para sua conta e esperar que até antes de 1º de Janeiro de 2010 vamos ser abençoados com uma “unção financeira especial”? Ora, de onde tal idiotice saiu? Foi da Bíblia? Onde eu encontro isso? Será que Jesus no ano 29 d.C. pediu ofertas de 29 denários em nome do seu ministério, prometendo assim, em troca, vitória financeira antes do dia 1º de Janeiro do ano 30 d.C. a quem ofertasse? Da boca de Jesus tal asneira não sairia. Então Silas, se seus ensinamentos não estão comprometidos nem com a Bíblia nem com a mensagem de Jesus estão com o que?

Pense um pouco: quem na Bíblia prometeu riquezas a Jesus quando este estava jejuando no deserto?

Diga-me, caro Silas, acaso você já parou para pensar na salada anti-bíblica que você está injetando na mente das pessoas? Como uma pessoa que há poucos anos atrás pregava contra a Teologia de Mamom pode ter mudado assim? Como uma pessoa como você pôde se vender a princípios de Satanás, Silas?

Talvez tenha sido rude demais nesta carta, mas é desta forma, inconformado e profundamente irritado, que me fico toda vez que ligo a TV e vejo você falando asneiras anti-bíblicas e jogando na privada todos os princípios de humildade e amor ao próximo ensinados por Jesus.

"Negar os princípios de amor ao próximo?", você pode se perguntar. Sim Silas. Toda vez que você exige prosperidade de Deus, ou, aliás, toda vez que você sequer pensa que Deus deseja que você seja rico enquanto tem pessoas lá fora morrendo de fome, você nega o princípio de amor ao próximo. Não sei quanto a você Silas, mas eu fico com vergonha e até triste por ter o que comer do bom e do melhor em casa enquanto tem crianças no nordeste que comem farinha misturado com terra.

Olhe para a imagem ao lado. Sabe do que se trata? Ela foi tirada por Kevin Carter em 1993 no Sudão. A foto retrata uma criança a beira da morte, certamente por inanição e, próximo a ela, um abutre a espreita que seu "almoço" morresse rapidamente para comê-la. Kevin Carter se suicidou cerca de um ano depois que sua foto foi publicada. Ao que tudo indica, ele não conseguiu viver com as lembranças do que ele viu no Sudão. Enquanto isso, aqui na América, Silas Malafaia, Edir Macedo, Ministério A-pá-sentar na Cabeça e outros idiotas da "prosperidade" pregam que Jesus "prometeu" riquezas para crentes e não estão nem aí para as milhões de crianças que estão morrendo de fome no mundo.

Silas, sabia que durante o tempo de seu programa "evangelístico" de TV cerca de 700 crianças morrem de fome no mundo? Puxa, como isso deve entristecer e enraivecer o coração de Jesus!

Esta carta foi um desabafo. Se fui grosso demais ou não, fica a cargo de Deus decidir. Não sou o melhor dos cristãos, sou um grande pecador, mas hipócrita eu não sou. Acredito que Deus aprecia mais a sinceridade do que a falsidade, e Ele sabe que eu fui sincero em cada palavra que eu escrevi, como também sabe que elas estão totalmente de acordo com a maneira pela qual eu entendo o Evangelho.

Será que você pode dizer a mesma coisa Silas?


Eliel Vieira

Fonte: Desconstruindo

Nota: Me parece mais que claro o texto do Eliel que realmente estão desvirtuando o evangelho, falando-se muito, mas muito mais mesmo, de "bênçãos" materiais do que a respeito da salvação e missões por exemplo. Mesmo pra quem acredita nessa teologia da prosperidade, que para mim parece uma verdadeira barganha, tem que admitir, essa teologia em muitas denominações está acima da Bíblia, da qual está sendo utilizada apenas para dar apoio à essa doutrina, onde Deus parece ser nosso servo, pois segundo estes, temos que "exigir". Não dá para medir em palavras quão revoltoso e indignado fico com essa doutrina, ela simplesmente me dá nojo.
Podem comentar à vontade, quem concorda ou descorda da carta.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O julgamento de Deus será mais tolerante para com os ateus do que para com os criacionistas?

Pergunta feita à William Lane Craig, logo abaixo a resposta.

Dr. Craig,

Eu gostaria de saber de você se eu, como um ateu, serei julgado por Deus por não acreditar nEle. Se eu, após buscar objetivamente por toda a evidência, chegar à conclusão que não cheguei aqui como resultado de um plano divino, mas simplesmente como consequência de processos físicos, ainda assim merecerei ser privado do dom da vida eterna? Se quando ver Deus face a face após a morte, eu disser que essa foi uma posição que eu honestamente cheguei depois de muita investigação e de realmente tentar compreender a natureza?

Eu realmente não consigo ver como Deus me puniria, se eu viver uma vida boa, honesta e compassiva, mas apenas sentir que essa é a única posição que faz sentido no mundo à minha volta e o que eu entendo sobre ele. Para mim isso não parece digno de condenação, quando comparo minha atitude aos padrões de evidência e investigação à de alguns cristãos, especialmente aqueles que mantêm posições dogmáticas extremamente irracionais. Se eu aceitar as descobertas da ciência, Deus me punirá, mas recompensará aqueles que rejeitam toda a evidência científica e aderem apenas a posições cientificamente insustentáveis, como uma interpretação literal de Gênesis, onde todo o universo foi criado entre seis e dez mil anos atrás?

Eu acrescentaria a isso ao dizer que muitos do que defendem esta posição, chamados de criacionistas da Terra Jovem, disseminam completas mentiras e desinformações e tudo mais, seja na astronomia à geologia e biologia, qualquer campo científico que não apóie sua leitura do que eles consideram como escritura divinamente inspirada. Isso tirando o fato que quase todos eles são completamente desqualificados para falar das áreas que falam; se alguém não possui um doutorado em paleontologia e não é um membro ativo da comunidade paleontológica, então na verdade não tem direito nenhum de falar sobre o estado do registro fóssil em público a uma audiência que é igualmente desqualificada para avaliar a veracidade das afirmações que são feitas. No entanto eu respeito a autoridade das pessoas que trabalham nas áreas; quando eu li Evolution: What the Fossils Say and Why It Matters [Evolução: O que Os Fósseis Dizem e Porquê Importam] de Donald Prothero, eu respeito as visões dele sobre o registro fóssil já que ele trabalha na área há trinta anos e examinou pessoalmente muitos dos fósseis que ele fala. Da mesma forma, quando Sean Carroll explica como a evidência do DNA apóia a evolução em The Making of the Fittest [A Criação dos Mais Adaptados], eu respeito a opinião dele já que ele está linha de frente da biologia moderna.

Na verdade, quando eu leio livros sobre história bíblica e comparo a evidência para a evolução biológica, segundo os cientistas de hoje, com a evidência para um evento histórico como o Êxodo, segundo os arqueólogos e historiadores de hoje, então vejo que é óbvio que há um padrão duplo sendo mostrado por alguns cristãos, considerando o respeito pelas evidências e pela autoridade das pessoas que sabem do que estão falando. Eu tenho certeza que muito mais cristãos aceitariam o Êxodo como um evento histórico do que aceitariam a ocorrência da evolução biológica.

Eu realmente não vejo por que essas pessoas que mantêm crenças irracionais e inflexíveis merecem ser recompensadas por seu aparente anti-intelectualismo e relutância em examinar criticamente as evidências e aplicar níveis apropriados de pesquisa a vários assuntos. Deus realmente vai recompensar aqueles que continuam a divulgar absurdos, mesmo quando cientistas apontam seus erros, e restringem a educação de crianças? Pessoas como Ken Ham constroem museus para mostrar às crianças como os dinossauros viverem com os homens e todos os “tipos”, os quais, seja lá como é definido, abrangem uma quantidade enorme de animais, que de alguma forma foram amontoados num barco. Isso é impossível por inúmeras razões, mas mesmo assim continua sendo ensinado a criancinhas. Ele também ‘ensina’ as crianças a perguntarem ao professor de ciências a seguinte pergunta altamente imbecil: ‘Você estava lá?’ Como se a pesquisa e investigação científicas empreendidas pelo homem não tivessem a menor chance de competir com a “verdade revelada”.

As atitudes dessas pessoas aumentam ainda mais a indisposição de minha parte de me associar com eles em qualquer sentido, e apenas reforça minha convicção que eles merecem condenação eterna muito mais do que eu.

Grato,
Adam.

Dr. William Lane Craig responde:

Existem algumas questões diferentes na sua pergunta, Adam, que ficaram embaralhadas e precisam ser separadas para que eu possa respondê-las claramente. Por favor, seja paciente comigo, e preste atenção enquanto tento lidar com suas preocupações que são claramente profundas.

A primeira e principal pergunta é: baseado em que Deus julgará as pessoas? Enquanto lia sua pergunta, Adam, eu pensei, “Ele não compreende a doutrina cristã da salvação!” Você pode ficar surpreso ao saber que a maioria dos criacionistas da Terra Jovem CONCORDARIAM com você que eles merecem a condenação eterna, na mesma proporção, se não mais que você. Como pode ser? Porque no centro da doutrina cristã da salvação está a imerecida Graça de Deus.

Esse ensinamento é obscurecido hoje por um tipo de cristianismo cultural que tem moldado a cultura americana. O cristianismo cultural ensina que se suas boas ações superarem suas más ações, então Deus perdoará suas más ações e lhe recompensará com a vida eterna no céu. (Como Jesus Cristo se encaixa nesse quadro não está claro – talvez como uma ilustração viva de como Deus é). Ao contrário disso, o cristianismo bíblico ensina que ninguém é bom o bastante para ir ao céu. Ser julgado baseado em nossas ações seria a pior coisa possível que poderia nos acontecer, pois nenhum de nós é aceitável perante a lei moral de Deus (perfeição). O filósofo Immanuel Kant disse corretamente que levaria uma infinidade de tempo para o homem alinhar perfeitamente sua vontade com o padrão moral de Deus – e, então, mesmo se de alguma forma conseguisse, ele continuaria culpado pelos resíduos infinitos de pecado que cometeu até ali.

Portanto, nós precisamos desesperadamente de um Salvador, alguém que nos livre da terrível condição moral em que nos encontramos. Jesus é a provisão de Deus para nosso pecado. Ele foi chamado de o Cordeiro de Deus, não porque ele era dócil e meigo, mas porque ofereceu Sua vida a Deus como um sacrifício por nós. Ele morreu em nosso lugar, carregando a punição por nossas iniquidades e maldades, e assim satisfez as exigências da lei moral de Deus e liberou o perdão de Deus a nós.

Por isso, a salvação só pode ser obtida como um presente da Graça de Deus; não há nada que possamos fazer para obtê-la. É por isso que a linguagem de “recompensa” é totalmente inapropriada em relação à salvação. Você está absolutamente correto que os criacionistas não “merecem ser recompensados por seu aparente anti-intelectualismo” ou por qualquer outra coisa, nessa questão. Se eles são salvos, é apenas porque eles aceitaram humildemente e em contrição o dom da Graça de Deus, sem mérito ou esforço.

Agora o que acontece com você se você rejeitar a Graça de Deus? Você volta à Sua Justiça. Você realmente acha que você é aceitável? Quando diz, “Eu realmente não consigo ver como Deus me puniria, se eu viver uma vida boa, honesta e compassiva,” o problema é com este “se”. Adam, acorde! Quanta compaixão você sentiu quando escreveu essa última frase de sua carta? Eu me lembro quando não era cristão e ouvi o Evangelho pela primeira vez. Eu vivia uma boa vida, moralmente correta – externamente ao menos, e ainda assim descobri que, segundo a Bíblia, eu era culpado diante de Deus e por isso estava indo direto para o inferno, eu não tinha nenhum problema em acreditar nisso. Quando eu olhei dentro do meu coração, eu vi as trevas lá dentro, como tudo que fiz era manchado pelo egoísmo. Eu soube quão miserável eu realmente era.

Eu suspeito que muitas pessoas hoje não sentem sua necessidade de um Salvador porque elas têm crescido tão moralmente satisfeitas que nem mesmo percebem quão moralmente caídas são. C. S. Lewis uma vez observou que você nunca sabe quão mal está até que tenha verdadeiramente tentado ser bom. Assim que você tentar, séria e constantemente, então perceberá quão rápido você cai. É por isso que o filósofo dinamarquês Soren Kierkegaard, em sua profunda análise da condição humana, viu que a vida ética, buscada com seriedade, acaba levando à culpa e desespero e deve ser transcendida pelo nível espiritual no qual a Graça de Deus é descoberta.

Então esqueça os criacionistas da Terra Jovem, Adam! Por que deixá-los ficar entre você e Deus? Por que não receber a Graça transformadora de Deus e então ser melhor do que eles? Você sabe que eu não tenho as visões deles sobre a idade do universo. E nem a maioria dos cristãos evangélicos, apesar da grande presença de seu movimento nas igrejas. Então por que não se tornar um cristão e assim ser um pensador melhor do que eles? (Na verdade, você pode justamente descobrir que Deus fará uma obra transformadora em seu coração, substituindo o que parece ser ódio e ressentimento a essas pessoas por uma compaixão genuína por elas.)

Isso leva à segunda pergunta, que está apegada à primeira: Deus me condenará por minha descrença se eu, após buscar objetivamente por toda a evidência, chegar à conclusão que não cheguei aqui como resultado de um plano divino, mas simplesmente como consequência de processos físicos?

Essa é uma pergunta estranha, já que o que você está perguntando é, em efeito: serei condenado por Deus baseado em um argumento ruim? Pois seu motivo para rejeitar Deus é realmente um argumento ruim. Você parece pensar que a crença na teoria da evolução é incompatível com a crença em Deus. (Apenas ocorreu-me, Adam, que você está na verdade muito mais perto das visões dos criacionistas da Terra jovem do que você pensa! Que ironia!) Mas não há nada sobre a teoria da evolução que implica ateísmo. (Veja o meu artigo “Naturalismo e Design Inteligente,” em Intelligent Design, Ed. R. Stewart [Minneapolis: Fortress Press, 2007], pp. 58-71.) Suponha que o plano divino seja que você tenha chegado aqui através do processo evolucionário? Então como a evidência científica para a evolução da vida faria algo para provar que isso não foi o resultado do plano de Deus? Sua dificuldade não é que você tem boas objeções contra o teísmo, Adam, mas que você não está pensando tão profundamente sobre essas questões.

Ainda assim a pergunta permanece, suponha que eu falhe em acreditar em Deus, porque fui enganado por um argumento ruim. Deus me condenará? A pergunta que você na verdade está colocando aqui é se existe algo como uma descrença inculpável.

Eu vejo que, em última análise, não existe essa coisa de descrença inculpável. Pois, primeiro, existem boas evidências para o teísmo que são de fácil acesso a todos, como as que eu compartilho em “A Veracidade da Fé Cristã” [Editora Vida Nova], e não há nenhum bom argumento à altura para o ateísmo. Eu convido você a ouvir a algum de meus debates com ateus influentes e apenas se pergunte objetivamente: para que lado a evidência aponta? Segundo e mais importante, Deus não nos abandonou para descobrir com a nossa própria genialidade e inteligência se Ele existe ou não. Antes, Seu Espírito Santo fala ao coração de todo homem, convencendo-o do pecado e levando-o até Deus. Se nossos corações estão dispostos a buscar a Deus, então nós O encontraremos. Isso pode levar tempo. É por isso que eu disse que em última análise a descrença é culpável. Quando uma pessoa chega à hora da morte, ela terá tido oportunidades suficientes para responder ao Espírito de Deus e ser salva. O fato de Deus lhe ter trazido até este site para ter sua pergunta respondida e, espero, esclarecida, é um passo nesse processo. A pergunta agora é, onde está seu coração? Você quer conhecer a Deus se Ele existir? Que passos concretos você está tomando para buscá-Lo?

Fonte(traduzida): Apologia

Nota: "Criacionistas da terra jovem" são os criacionistas, pricipalmente adventistas, que afirmam que cientificamente a terra não tem mais do que 15.000 anos.


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