terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Colunista de Veja defende ensino do criacionismo

Deu no Estadão: “Polêmicos nos Estados Unidos, onde são defendidos por movimentos religiosos como mais do que explicações baseadas na fé para a criação do mundo, o criacionismo e o design inteligente se espalham pelas escolas confessionais brasileiras – e não apenas no ensino religioso, mas nas aulas de ciências. Escolas tradicionais religiosas como Mackenzie, Colégio Batista e a rede de escolas adventistas do País adotam a atitude de não separar religião e ciência nas aulas, levando aos alunos a explicação cristã sobre a criação do mundo junto com os conceitos da teoria evolucionista. Algumas usam material próprio.

“Outros trabalham com livros didáticos da lista do Ministério da Educação e acrescentam material extra. ‘Temos dificuldade em ver fé dissociada de ciência, por isso na nossa entidade, que é confessional, tratamos do evolucionismo com os estudantes nas aulas de ciências, mas entendemos que é preciso também espaço para o contraditório, que é o criacionismo’, defende Cleverson Pereira de Almeida, diretor de ensino e desenvolvimento do Mackenzie. (...)

“No Colégio Batista, em Perdizes (SP), o entendimento é semelhante. ‘Ensinamos as duas correntes nas aulas e deixamos claro que os cientistas acreditam na evolução, mas para nós o correto é a explicação criacionista. O importante é que não deixamos o aluno alienado da realidade’, afirma Selma Guedes, diretora de capelaria da instituição.

“A polêmica está no fato de os colégios ensinarem o criacionismo e o design inteligente não como explicações religiosas, mas como correntes científicas que se contrapõem ao evolucionismo.” (...)

Comentário do Reinaldo de Azevedo, da Veja: Qual o problema? Segundo entendi, as escolas estão ensinando as duas coisas: afirmam a verdade científica e dizem qual é o entendimento que, como religiosos, têm da questão. Ou será que as escolas cristãs são obrigadas a negar a sua natureza? Estão querendo criar contradições inelutáveis onde elas não existem. Espero que as minhas filhas sejam informadas sobre essas duas verdades: a científica e a religiosa – sim, existe uma “verdade religiosa”, que está num domínio que não disputa espaço com a ciência. Como elas vão equacionar essas coisas, bem, aí é com elas, com a família, com as múltiplas influências a que estão expostas.

Resta evidente que as escolas não estão fazendo opções radicais, excludentes. Ademais, ainda que estivessem, as famílias têm o direito de escolher que educação querem dar a seus filhos, segundo sua história, sua religião, suas tradições. Ou, agora, vamos proibir as escolas judaicas, por exemplo, de expor a sua visão de mundo aos estudantes? É incrível como o preconceito anticristão vem sempre vazado numa perspectiva supostamente iluminista e de combate ao preconceito, quando, de fato, o que se tem é o contrário.

A teologia vigente nas escolas, religiosas ou não, que precisa ser combatida é outra: a vigarice esquerdopata, o marxismo de fancaria.

Nota (Mischelson Borges): Reinaldo de Azevedo é um colunista respeitável e talvez por isso Veja tenha permitido a publicação desse comentário num de seus blogs, o que não deixa de ser surpreendente, dada a linha editorial da semanal. Parabéns, Reinaldo, pela lucidez e alinhamento com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, segundo a qual os alunos devem criticar objetivamente as teorias científicas como constructos humanos de representação aproximada da realidade; e devem aprender que essas teorias estão sujeitas a revisões e até a descarte. Ainda segundo a LDB, O ensino médio tem entre suas finalidades habilitar o educando a ser capaz de continuar aprendendo, a ter autonomia intelectual e pensamento crítico.

Um comentário:

  1. O importante é que o ensino seja baseado na Bíblia porque muitos cientistas a exclui da sua biblioteca.

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